O câncer de rim afeta centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo todos os anos. No Brasil, para se ter uma ideia, foram 12 mil casos da doença em levantamento feito em 2020. Para 2040, a estimativa é que esse número cresça para quase 20 mil no Brasil e para cerca de 665 mil casos no mundo.
São números que, certamente, chamam muito a atenção para uma doença que pode ter maiores chances de cura quando detectadas precocemente, pois, com exames simples de sangue e urina de rotina é possível detectar alterações na função renal.
Por isso, é importante que se saiba a importância de conhecer quais são os sinais e os sintomas do câncer de rim, assim como os fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.
Sinais e sintomas
O sintoma mais comum do câncer de rim é o sangue na urina, chamada de hematúria. Contudo, presença de sangue na urina também pode ser a causa de outras doenças, de modo que hoje é raro que o diagnóstico venha dessa condição unicamente.
Sendo assim, procure o seu urologista assim que notar sinal de sangue na urina.
Os sintomas do câncer de rim também incluem:
• Dor lombar, no abdômen ou dos lados do corpo.
• Febre por algumas semanas.
• Perda de peso rápida e inexplicável.
• Cansaço frequente.
• Inchaço dos pés e nas pernas.
• Massa palpável dos lados do corpo ou na região lombar.
• Hipertensão arterial de difícil controle.
• Dor na parte lateral da barriga e nas costas;
• Inchaço abdominal;
Em estágio inicial, o câncer de rim não costuma apresentar sinais e sintomas. É nessa fase que a maioria dos casos são identificados, felizmente. São exames de rotina, como uma ultrassonografia, que são inócuos aos pacientes mas de extremo valor pois diagnosticam pequenas lesões renais.
Porém, quando existem manifestações, pode provocar:
Dor nos flancos (região lateral da barriga, perto das costas);
Dor na região lombar, em apenas um dos lados ou em ambos;
Dor persistente nas costas, que não melhora;
Ao apalpar o abdômen, sentir a presença de uma massa diferente no local;
Dor ou ardência ao urinar;
Perda de peso sem causa aparente;
Perda de apetite;
Anemia;
Atenção: É relevante ressaltar que apesar desses sinais serem indicadores da possibilidade de câncer renal, eles também podem ser confundidos com os de outras doenças. Por isso, diante de qualquer alteração ou desconforto, recomenda-se consultar um médico especialista para a realização de exames.
Prevenção contra o câncer de rim

Vale lembrar que alguns fatores de risco aumentam as chances de desenvolver o câncer de rim, mas isso não quer dizer que a pessoa vai obrigatoriamente ter a doença:
• Fumo: principal fator de risco.
• Idade: a maioria dos casos acontece depois dos 50 anos. Porém, nota-se cada vez mais casos em pessoas já aos 40-45 anos.
• Sexo: homens têm duas vezes mais chances de ter câncer de rim do que as mulheres.
• Insuficiência renal e uso prolongado de diálise.
• Histórico familiar de doenças renais.
• Genética: portadores da síndrome de Von Hippel-Lindau, e de carcinoma renal papilífero hereditário , que precisam de avaliação de uma equipe de oncogenética e acompanhamento especializado.
Os rins são os órgãos responsáveis por eliminar substâncias metabolizadas pelo organismo, manter o equilíbrio de água e sais do corpo, fabricar hormônios que estimulam a produção de glóbulos vermelhos, além de ajudar na regulagem da pressão arterial.
O câncer de rim ocorre com mais frequência em pessoas entre 50 a 70 anos de idade e, no Brasil, ele já está entre os 13 tipos mais frequentes de câncer, registrando, em 2020, mais de 4 mil mortes.
Os cinco principais tipos de câncer de rim
Carcinoma de Células Renais Claras – é o mais comum, presente em cerca de 70% a 90% dos casos. Tem origem no tubo responsável por filtrar as impurezas do sangue.
Carcinoma Papilar de Células Renais – representa entre 10% e 15% dos casos. Ele é pequeno, pouco palpável, mas pode bloquear a urina e vias urinárias. Também causa dor.
Carcinoma Cromófobo de Células Renais – responsável por cerca de 5% dos casos, esse câncer não pode ser visto em exames sem cor e reage somente a corantes azul escuro ou roxo. Ele tende a ser menos agressivo que os outros tipos.
Ductos Coletores – tipo raro, porém agressivo, e representa só 1% dos casos. Ele tem origem em uma das estruturas do rim, chamado tubo de Bellini.
Sarcomatoides – também é raro e agressivo, representando 1% dos casos. As características são semelhantes às do carcinoma renal de células claras.
Causas do câncer de rim
Ainda não se sabe, com exatidão, quais são as causas do câncer de rim. No entanto, os médicos já entendem que existe uma série de fatores de risco que podem aumentar as chances de o paciente apresentar essa doença.
Estudos apontam que o hábito de fumar é um importante fator de risco. Outros são:
Histórico familiar de tumor renal maligno;
Exposição a metais pesados e a materiais usados com frequência na indústria, como asbestos, cádmio e chumbo;
Realização de procedimentos relacionados ao rim, como a hemodiálise;
Doença de von Hippel-Lindau, que é genética e rara, caracterizada pela formação de tumores com muita vascularização em várias partes diferentes do corpo.
Síndrome de Birt-Hogg-Dubé
Como esse câncer é diagnosticado?

Grande parte dos tumores renais é diagnosticada através de exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Por não apresentar sintomas em seu início, o câncer de rim, geralmente, é detectado por acaso. O paciente é levado a realizar os exames por um outro motivo e, por acaso, acaba descobrindo esse tipo de tumor. Quando diagnosticado no início da doença, o câncer renal tem grandes chances de cura.
Tratamentos para o câncer de rim
A remoção cirúrgica do rim costuma ser o tratamento para esse tumor, quando restritos à área do rim. Caso o tumor seja restrito ao rim e as condições clínicas sejam favoráveis, é possível remover apenas a área afetada, preservando o restante do órgão.
Em pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia, a ablação do tumor renal através de uma agulha inserida na pele pode ser indicada. O procedimento é feito com anestesia e guiado por tomografia. A ponta da agulha gera calor ou congelamento, destruindo o tumor.
O tratamento com quimioterapia não vem apresentando resultados satisfatórios. Contudo, novas drogas, mais eficazes para combater o tumor renal vêm sendo pesquisadas no mundo todo, como tratamento com imonuterapia, que ajuda no controle e regressão da doença.
A radioterapia tem sido a melhor alternativa para controlar a dor e a extensão da doença em tumores renais avançados e/ou metastáticos. Não é, portanto, usada rotineiramente.