O tema deste artigo é polêmico: impotência sexual. Assunto pouco debatido entre amigos e, principalmente, entre casais, a “falha na hora H”, tratada como um verdadeiro mito entre muitos homens, precisa ser considerada como uma disfunção do organismo e, principalmente, passível de tratamento. Abaixo dos 50 anos de idade, 30% dos homens têm disfunção erétil leve, enquanto que 45% daqueles com mais de 70 anos de idade têm alterações moderadas ou graves. Assim, não se deve ter vergonha. Quanto antes for diagnosticado a causa, mais eficaz poderá ser o tratamento.
Mito ou verdade?
A disfunção erétil ou impotência sexual é a incapacidade persistente de iniciar e de manter uma ereção durante uma relação sexual, impossibilitando a penetração vaginal. “Queda da testosterona pode ser responsável pela dificuldade de ereção, assim como diabetes, hipertensão arterial, insuficiência renal, tabagismo, álcool e medicações (como anti-hipertensivas, anti-depressivos, estatinas, etc). Existem ainda as causas psicogênicas, mais comuns nos homens mais jovens.”, explica Marcos Lucon, médico especialista em Urologia, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Falhei na hora H, já sou considerado impotente.
Mito. Não caracteriza como disfunção erétil o fato do homem eventualmente “falhar na hora H”, mas sim quando o problema é recorrente.
Estou ficando velho, por isso estou tendo problemas com impotência?
Verdade. A probabilidade de sofrer de impotência sexual aumenta com a idade, mas este problema não constitui uma inevitabilidade. Além dos vasos responsáveis pela ereção, vale citar que no pênis existem fibras de colágeno que preenchem os tecidos. Com o envelhecimento, altera-se o colágeno e a irrigação dos vasos penianos. “A consequência natural é a perda da qualidade de ereção. Muitas vezes o homem é capaz de alcançar a ereção, mas não consegue mantê-la e em outros casos não existe ereção”, completa o urologista.

O urologista, Dr. Marcos Lucon: “a consequência natural da impotência sexual é a perda da qualidade de ereção. Muitas vezes o homem é capaz de alcançar a ereção, mas não consegue mantê-la e em outros casos não existe ereção”.
Consigo a ereção, mas não consigo manter até o final, por isso não tenho impotência sexual
Mito. Os homens com disfunção erétil podem ter sintomas muito diversos, desde não conseguir ter uma ereção total, ou não apresentar um nível de rigidez suficiente para permitir a penetração até, conseguir ficar rígido, mas não mantêm até ao fim da relação sexual.
Estou com depressão há dois meses e comecei a ter dificuldades de ereção.
Verdade. São causas da disfunção erétil distúrbios psicológicos diversos e doenças neurológicas (lesões na medula, mal de Alzheimer e Parkinson).
Sou hipertenso e meu cardiologista disse que posso ter dificuldade de ereção.
Verdade. Doenças vasculares, que causam entupimento das artérias e veias, prejudicando a chegada do sangue ao pênis (hipertensão arterial, aterosclerose) podem contribuir para a disfunção erétil. Não costumam ocorrer nos casos iniciais, mas em pacientes crônicos e, principalmente, com mau cuidado da saúde.
Excesso de bebida e cigarro podem ser causas da disfunção erétil.
Verdade. Pesquisas apontam que o tabagismo aumenta em 85% o risco de impotência e o álcool também interfere diretamente na função sexual masculina.
Vasectomia causa impotência.
Mito. De acordo com a Associação de Urologia dos Estados Unidos, a vasectomia simples não causa impotência como um dos efeitos colaterais.
Tomo estimulante sexual com frequência sem prescrição, e acho que isso não faz mal.
Mito. Por se tratar de um tratamento, todo medicamento deve ser receitado pelo médico, atendendo a necessidade de cada paciente. Esses estimulantes podem causar efeitos colaterais como dores de cabeça, rubor facial e enjoo.
Meu médico disse que consigo curar a disfunção erétil.
Verdade. O tratamento inicial passa pelas causas reversíveis. Largar vícios e manter uma vida saudável é imprescindível! Em seguida, o médico irá prescrever medicações orais. Se não houver resposta, podem-se empregar medicações injetáveis.
As pílulas estimulantes não têm funcionado mais, acabou a minha vida sexual
Mito. Quando as medicações não funcionam, o paciente pode ser submetido à colocação de uma prótese peniana. De acordo com o urologista Marcos Lucon, existem no mercado dois tipos básicos próteses: as maleáveis, compostas por um cilindro metálico envolto numa espécie de silicone e as infláveis, que promovem ereção a partir do acionamento manual de um dispositivo.
“Para cada paciente SEMPRE existe uma estratégia específica de tratamento. Mesmo já tendo usado medicação por conta própria, pode haver ainda espaço para as medicações orais quando isso é feito com a orientação de um especialista.”, finaliza Lucon.
Cada caso é um caso! O importante é discutir e desmistificar o assunto!