Pergunta difícil; pedra nos rins ou dor nas costas: você sabe a diferença? A dor nas costas (lombalgia) é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos e pode ter diversas causas — desde má postura até problemas renais. Uma das dúvidas mais frequentes feitas aos médicos é: como saber se a dor é apenas muscular ou se trata de pedra nos rins (cálculo renal)?
A confusão é compreensível, pois em muitos casos, a dor provocada por pedras nos rins pode irradiar para a região lombar, se assemelhando bastante a dores musculares comuns.
No entanto, existem diferenças claras nos sintomas, na intensidade da dor e nos sinais que acompanham cada condição.
Neste artigo, você vai entender:
- O que são as pedras nos rins
- Quais são os principais sintomas do cálculo renal
- Como diferenciar a dor nas costas da dor renal
- Fatores de risco e causas comuns
- Quando procurar um médico
- Como é feito o diagnóstico e tratamento
O que são pedras nos rins?
Pedras nos rins — também chamadas de cálculos renais ou nefrolitíase — são formações sólidas compostas por cristais que se acumulam no sistema urinário.
Elas surgem quando há excesso de determinadas substâncias na urina, como cálcio, oxalato e ácido úrico, que se agregam e formam pequenos “pedregulhos”.
Esses cálculos podem se formar nos rins e migrar para o ureter (canal que liga o rim à bexiga), causando dor intensa, obstrução urinária e, em alguns casos, infecções.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 15% da população brasileira vai desenvolver cálculo renal ao longo da vida.
É uma condição mais comum em homens entre 30 e 50 anos, mas pode afetar pessoas de todas as idades e gêneros.
Dor nas costas ou pedra nos rins: como saber?

A lombalgia é uma dor ósteo-muscular-ligamentar (mecânica) nas costas:
Envolve portanto, diversos componentes. Geralmente é causada por má postura, esforço físico excessivo, hérnia de disco, artrose ou contraturas musculares. As principais características incluem:
- Dor localizada na região lombar ou cervical
- Costuma piorar com mudança de postura, movimento ou esforço físico
- Geralmente melhora com repouso, calor local e relaxantes musculares
- Não costuma ser acompanhada de náuseas, vômitos ou alterações urinárias
- Pode haver rigidez muscular ou sensação de peso
Dor por cálculo urinário:
- Dor abrupta, intensa e que não melhora com repouso
- Começa na região lombar, geralmente de um lado, e pode irradiar para o abdômen, virilha ou parte interna da coxa
- Conhecida como cólica renal, é uma dor aguda, em ondas, que pode vir acompanhada de:
- Náuseas e vômitos
- Sangue na urina (hematúria)
- Urina turva ou com odor forte
- Vontade frequente de urinar, em pequena quantidade
- Ardência ao urinar
- Febre e calafrios (em casos de infecção associada)
As principais diferenças entre dor nas costas comum e a causada por cálculo renal estão na intensidade, nos sintomas associados e no comportamento da dor.
Quando suspeitar de pedra nos rins?
Procure atendimento médico com um urologista se você apresentar:
- Dor lombar muito intensa, que aparece de forma súbita
- Dor que não melhora com mudança de posição
- Urina com sangue
- Náuseas e vômitos sem outra causa aparente
- Febre associada à dor e dificuldade para urinar
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais rápida é a resolução do problema e menor o risco de complicações, como infecções urinárias graves ou lesões renais.
O que causa a formação de pedras nos rins?
Diversos fatores contribuem para o aparecimento de cálculos renais:
- Baixa ingestão de água (urina concentrada facilita a formação dos cristais)
- Alimentação rica em sal, proteínas animais, refrigerantes e oxalato (presente no espinafre, beterraba, chocolate)
- Histórico familiar de pedra nos rins
- Obesidade e sedentarismo
- Doenças metabólicas como gota, hiperparatireoidismo, distúrbios intestinais
Manter-se hidratado, praticar exercícios físicos e ter uma alimentação equilibrada são as principais formas de prevenir o surgimento de pedras nos rins.
Como é feito o diagnóstico?
O urologista pode solicitar alguns exames para confirmar o diagnóstico:
- Exame de urina: para verificar presença de sangue, infecção ou cristais
- Exames de sangue: para avaliar função renal e níveis de cálcio, ácido úrico, entre outros
- Ultrassonografia das vias urinárias: primeira opção em muitos casos
- Tomografia computadorizada sem contraste: exame mais sensível e preciso para detectar cálculos
- Raio-X de abdômen (quando o cálculo é visível)
Tratamentos para pedra nos rins

O tratamento para pedras nos rins vai depender do tamanho, localização e sintomas causados pelo cálculo.
Em muitos casos, pedras pequenas (menores que 5 mm) podem ser eliminadas espontaneamente com ingestão de líquidos e medicamentos para dor. Por isso as diretrizes recomendam apenas seguimento em pacientes que nunca tiveram crises de dor.
Opções terapêuticas gerais:
- Hidratação intensa para facilitar a eliminação
- Analgésicos e antiespasmódicos para controle da dor
- Alfa-bloqueadores para ajudar na dilatação do canal urinário
- Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO): técnica que fragmenta a pedra com ondas sonoras. A eliminação dos fragmentos é pela urina, ao longo de semanas.
- Ureterolitotripsia: retirada da pedra por via endoscópica, em centro cirúrgico. Costuma ser o método de escolha porque é o mais efetivo.
- Cirurgias minimamente invasivas, em casos mais complexos
Pedra nos rins pode voltar?
Sim! Cerca de 50% dos pacientes com histórico de cálculo renal têm chance de recorrência nos próximos 5 anos. Por isso, após o tratamento, é essencial a prevenção:
- Manter acompanhamento médico
- Fazer exames de controle
- Ajustar a alimentação com base na composição do cálculo (identificada por análise laboratorial)
- Manter hidratação constante ao longo do dia
Nem toda dor nas costas significa pedra nos rins, mas toda dor intensa, que não melhora com repouso, deve ser investigada com atenção.
A cólica renal é uma das dores mais fortes que existem e pode vir acompanhada de sinais específicos como náuseas, sangue na urina e alterações urinárias.
Se você sente dor na região lombar e tem dúvidas sobre sua origem, não ignore os sintomas.
Apenas um médico poderá fazer o diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento.
Quanto mais cedo você buscar ajuda, menor será o risco de complicações e maior será sua tranquilidade.